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11 de setembro de 2014

Todo dia é dia de Cerrado

Dia 11 de setembro comemora-se o Dia Nacional do Cerrado. Com mais de 200 milhões de hectares, representando 1/4 do território brasileiro, o Cerrado é a savana mais rica em biodiversidade do mundo. Berço das águas do Brasil, o Cerrado abriga as nascentes dos principais rios do país, entre eles o São Francisco, Paraná e Araguaia. Só ele alimenta três enormes aquíferos subterrâneos, 6 das 8 grandes bacias hidrográficas brasileiras, e todo o pantanal.

Cachoeira Santa Bárbara, em Cavalcante



Devido à elevada biodiversidade, aos altos níveis de endemismo (espécies de plantas e animais que só são encontradas ali, e em nenhum outro lugar do mundo), e ao avançado estágio de desmatamento, o Cerrado é considerado um hotspot. Hotspots são ecossistemas que possuem alto endemismo de espécies (mais do que 0,5% da diversidade mundial de plantas – ou mais de 1500 espécies exclusivas) e que se encontram seriamente ameaçados, com mais de 70% da cobertura vegetal original descaracterizada devido às atividades humanas. Existem 34 hotspots em todo o planeta. Apesar de serem áreas prioritárias para a conservação mundial, isso não significa que recebam a merecida atenção - como é o caso do Cerrado no Brasil.

Apesar de sua peculiaridade, o Cerrado enfrenta fortes pressões humanas que põem seu futuro em risco. O desmatamento é alarmante, chegando a 1,5% ao ano, ou seja, três milhões de hectares/ano, conforme as estimativas mais conservadoras. Isso equivale a 2,6 campos de futebol desmatados a cada minuto. Como se não bastasse, o Cerrado é um dos biomas brasileiros menos protegidos - apenas 4,1% do bioma está dentro de unidades de conservação. Desse total, 2,2% de proteção integral e 1,9% de uso sustentável. Enquanto o Brasil e o mundo estão em alerta contra o desmatamento na Mata Atlântica e na Amazônia, o Cerrado já é o bioma mais ameaçado do país.



Ao perder diversidade biológica no Cerrado, o Brasil também perde possibilidades de uso sustentável de muitos recursos, como plantas medicinais e espécies frutíferas, abundantes no bioma. A relação do homem com a fauna e a flora do Cerrado vem desde tempos imemoriais. Pesquisas comprovam que os primeiros humanos a perambular pelo Cerrado, há cerca de 11,5 mil anos, já consumiam produtos como o pequi, por exemplo, sendo essa uma importante fonte de nutrientes para as populações pré-históricas.

Botão da flor de Pequi

O uso sustentável das plantas nativas da região será tema da oficina "Extrativismo no Cerrado: Valorização da Sabedoria Tradicional para a Autonomia Alimentar" com Dona Flor, Luciana e Balanço, do Tao do Cerrado, na IV Feira de Sementes e Mudas da Chapada dos Veadeiros.

A região da Chapada dos Veadeiros contém 90% do Cerrado de Altitude do país. Venha conhecer de perto a riqueza desse bioma, durante a IV Feira de Sementes e Mudas da Chapada dos Veadeiros, dias 25 a 28 de setembro em Alto Paraíso de Goiás. Colabore com a preservação do Cerrado, na vivência de reflorestamento do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, com plantio direto de espécies nativas. Participe da oficina de Sementes Silvestres do Cerrado, conduzida por Mauro Alves, no Viveiro do Instituto Oca Brasil. Traga suas sementes para trocar, leve outras pra plantar, vamos semear o Cerrado!

Jardim de Maitreya, Chapada dos Veadeiros



Fontes: ISPN, MMA, WWF